O bárbaro assassinato de Charlie Kirk em Utah não é apenas uma tragédia americana. É um aviso severo a todos os conservadores do mundo inteiro, incluindo Portugal. O que se passou não foi um acto isolado, mas o reflexo de uma sociedade ocidental cada vez mais dominada por uma esquerda radical que procura calar pela força aquilo que não consegue vencer pelo debate.
Charlie Kirk simbolizava uma geração de jovens que se recusam a viver de joelhos perante o politicamente correcto. Afirmava sem receio que a família é a base da sociedade, que a fé é o alicerce moral de qualquer nação, que a pátria deve ser defendida com orgulho e que a liberdade não se negocia. Através da Turning Point USA, ergueu um movimento que incomodava os poderosos porque despertava consciências adormecidas e oferecia resistência à hegemonia ideológica das universidades.
A sua morte não é apenas um crime contra um homem. É um ataque deliberado contra todos os que defendem a civilização ocidental, a ordem natural das coisas e os valores perenes que sustentaram a grandeza da Europa, da América e de nações como Portugal.
Quando se assassina alguém por professar ideias conservadoras, está em causa a própria liberdade de cada cidadão que deseja viver segundo os princípios herdados dos seus pais e avós.
A responsabilidade não recai somente sobre o assassino. Décadas de propaganda progressista e de difamação sistemática dos conservadores criaram o ambiente em que esta violência se tornou inevitável. A esquerda radical ensinou gerações a ver os patriotas como inimigos, os cristãos como fanáticos e os defensores da ordem como tiranos. Esta linguagem incendiária, repetida diariamente nos meios de comunicação e nas universidades, acabou por legitimar o ódio que se consumou em Utah.
É igualmente impossível ignorar a falha das instituições que deveriam garantir a ordem pública. A segurança em eventos desta natureza não pode ser encarada com leviandade. O Estado tem o dever de proteger os cidadãos e de assegurar que a violência política seja combatida sem hesitação. Quando a autoridade vacila, os extremistas sentem-se encorajados. A lei e a ordem não são meras expressões; são pilares da vida em comunidade e condições essenciais para a liberdade.
Em Portugal conhecemos bem esta realidade. Quem defende a identidade nacional, a continuidade cultural, a família tradicional ou a soberania da pátria é frequentemente ostracizado, insultado e colocado fora do espaço público.
A cultura dominante tenta impor uma visão relativista e globalista que dissolve fronteiras, fragiliza valores e ameaça a liberdade de quem ousa resistir. O que aconteceu a Charlie Kirk mostra-nos até onde pode chegar a intolerância se não for enfrentada com firmeza e se as instituições não cumprirem o seu papel de garantir ordem e justiça.
Enquanto conservadores, não importa se na América, em Portugal, na Europa ou no Brasil, não devemos pedir desculpa por acreditar em verdades imutáveis. Não devemos ceder à pressão daqueles que querem destruir a família, apagar a fé, dissolver a soberania das nações e transformar a sociedade numa massa amorfa sem identidade e sem valores. Conservadorismo não é extremismo. Extremismo é tentar apagar a história, desfigurar as raízes e impor uma ditadura cultural em nome de uma falsa tolerância.
A morte de Charlie Kirk não nos deve levar à vingança, mas também não pode conduzir à resignação. Deve antes fortalecer-nos na missão de proclamar sem medo as nossas convicções, de exigir que a lei seja cumprida sem complacência e de preservar os princípios que herdámos de gerações que não se curvaram perante a tirania.
Que a memória de Charlie Kirk inspire todos os conservadores, nos Estados Unidos, em Portugal e em todo o mundo, a nunca esquecer que a liberdade não é uma concessão dos governos nem um privilégio das maiorias momentâneas. A liberdade é um dom de Deus e uma responsabilidade de cada geração. Cabe às instituições garantir ordem e justiça. Cabe a nós defender, com coragem, fé, família, pátria, lei e liberdade.
Charlie Kirk tombou, mas o seu exemplo ergue-se como bandeira. Estes pilares, nenhum assassino poderá destruir.
César DePaço
Empresário / Filantropo
Cônsul ad honorem de Portugal (2014 a 2020)
Fundador e CEO da Summit Nutritionals International Inc.
Presidente da Fundação DePaço
Defensor incondicional das Forças de Segurança e dos Princípios Conservadores